sexta-feira, 8 de julho de 2016

Embriagado, DJ sofre acidente de moto em Porto Velho e opta pela amputação da perna

“Hoje eu não consigo mais andar tanto como eu andava antes. Mas, eu vou tocando a vida do jeito que posso”, disse o DJ.


Eduardo sofreu um acidente em maio de 2014, após misturar álcool e direção (Foto: Hosana Morais:Focas do Madeira)
Após um acidente de trânsito, mais de dez cirurgias, muitos remédios, 12 meses de internação, o DJ Eduardo dos Santos optou pela amputação da perna esquerda. A batida foi em março de 2014, Eduardo estava voltando de uma festa de motocicleta, após ingerir bebida alcoólica, em uma curva, ele percebeu que iria bater, tentou tirar a o veículo. Porém, acabou colidindo na lateral de um ônibus de transporte coletivo, na Zona Sul de Porto Velho. A pancada foi tão forte que sua perna esquerda ficou presa e ele desmaiou. 

De acordo com Eduardo, ele só acordou com a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). "Eu só me lembro que desmaiei e acordei depois com os médicos", contou. 

Após ser socorrido, Eduardo foi encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro João Paulo II, onde ficou internado por três dias. Logo depois, ele foi levado ao Hospital Dr. Ary Pinheiro onde passou por cirurgias para a reconstrução da perna. No entanto, um ano depois o membro continuava lesionado e então Eduardo decidiu amputá-lo. O médico que o acompanhava era contrário à decisão, mas o encaminhou a uma psicóloga para o início do processo de amputação. 

"Eu cheguei a certo ponto que não aguentava mais fazer o tratamento indicado, já não conseguia tomar tanto remédio forte. Já tinha pego três infecções na perna e já havia perdido 10 centímetros do osso. Então a minha recuperação seria mais difícil do que se eu fizesse a amputação", explica Eduardo.

Depois de alguns dias, Eduardo teve alta, e foi encaminhado para fisioterapia com sua prótese, começava então a sua adaptação a uma perna mecânica, que, segundo ele, foi até rápida. "Na verdade ainda estou me adaptando, mas em seis meses de fisioterapia já estava liberado, ficou no padrão que as fisioterapeutas indicam, apesar de quando eu estou em casa eu prefiro usar as muletas e a cadeira de rodas", disse Eduardo.

Conforme a fisioterapeuta de Eduardo, Rose Paiva, a adaptação foi boa graças a fisioterapia e a psicologia. "Sempre têm alguns contratempo em relação à adaptação da protetização, mas ele se adaptou bem. No início é normal o paciente se sentir pra baixo. Ele também viu que não era só ele que estava nessa situação. Esse apoio se deve a fisioterapia e a psicologia juntas”, explica Rose.

O DJ faz parte da estatística de acidentes provocados pela mistura de direção e bebida alcoólica. Eduardo é consciente que ele mesmo causou seu acidente. "Foi imprudência, porque quando você está alcoolizado você assume o risco de você machucar a si e ao próximo", admite o DJ.

Eduardo usa prótese após ter amputado sua perna
em 2015(Foto: Hosana Morais/Focas do Madeira)
Para Eduardo, a redução da mobilidade foi a sequela mais dolorida. "Hoje eu não consigo mais andar tanto como eu andava antes. E se tem uma escada eu tenho dificuldade. Mas, eu vou tocando a vida do jeito que posso", disse o DJ.

De tudo o que viveu após o acidente, Eduardo diz que aprendeu a valorizar as pequenas coisas. "Dá valor a vida a maior lição foi essa. Naquela situação você percebe o quanto é importante a sua vida para você e para os seus familiares. Sua mãe, seus irmãos tudo junto com você ali aquele momento", finalizou.

Eduardo recebeu o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) depois do acidente. E no início de 2016, passou a receber o auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (Inss).

De acordo com o Anuário de Estatísticas de Acidentes de Trânsito (Renaest), produzido pelo Departamento de Trânsito de Rondônia (Detran-RO),  no ano de 2014 foram registrados 12.684 acidentes em Rondônia. A 7° multa mais aplicada no estado foi dirigir alcoolizado ou sobre efeito de droga, segundo Renaest.

Operação Lei Seca é realizada em Porto Velho para diminuir acidentes de trânsito (Foto: Hosana Morais/Focas do Madeira )
Fiscalização
Conforme o comandante da Companhia Independe de Policiamento de Trânsito (Cia de Trânsito) da Polícia Militar, tenente-coronel Alexandre de Lima, operações são realizadas para diminuir o índice de acidentes em Porto Velho.

Existem diversas blitze, como a equipe Lei Seca, que atua na parte da tarde e noite, que tem como objetivo a diminuição da combinação direção e bebida alcoólica. Outra abordagem utilizada pela Cia de Transito é a Operação Cavalo de Aço, que fiscaliza os documentos do motociclista e do veículo. A cada blitz uma média de 35 motos são recolhidas pelos agentes de trânsito. "Temos uma blitz convencional que fiscaliza as infrações municipais de estacionamento, ultrapassar sinal fechado, entre outras infrações comuns", acrescentou De Lima.

Segundo o tenente coronel, a Operação Lei Seca é realizada em conjunto com o Departamento de Trânsito de Rondônia (Detran). São feitas por semana 11 blitze dos mais variados modelos.

Pauta e texto:Hosana Morais
Edição: Marcela Ximenes

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